
Sua história é de lutas e
participação constante de seus membros. Com a chegada dos primeiros
imigrantes veio também a preocupação da construção de uma casa de Deus.
Até 1904, reuniram-se numa sala no grande Barracão dos Imigrantes, que
também serviu de escola, para louvarem a Deus e agradecerem a ele por
poderem estar num novo país, mesmo com todas as privações possíveis e
imagináveis.
Em 22 de maio de 1904, foi
fundada a Comunidade Evangélica de Hammonia e no mesmo dia aconteceu a
inauguração de sua primeira igreja, que também serviu de escola:
pequena, tipo enxaimel com torre de madeira, bela e encantadora, quase
no meio da floresta virgem, com suas belezas e surpresas, rente ao
caminho por onde cavalos pujantes trilharam os pertences materiais e
espirituais dos colonizadores.
Aproximadamente 13 anos
depois, em 31 de outubro de 1917, foi colocada a pedra fundamental no
novo santuário e, em 25 de maio de 1929, foi efetuada a consagração da
Igreja Martin Luther. Estava assim edificado o templo da colina com
pompa e galhardia, quase único no mundo. Os anos que se passaram entre a
bênção da pedra fundamental e a inauguração da igreja refletem as
dificuldades enfrentadas pelos membros evangélicos.
Com o passar do tempo,
cresceram ciprestes, carvalhos e pinheiros e o vento que perpassa as
galhadas e as folhas provoca um sussurro leve, quase um murmúrio de
nostalgia, e provoca no íntimo das pessoas uma saudade da distante
pátria dos antepassados.
O tempo corre veloz, isto
todos sabem, os dias viram anos e os anos se acumulam em décadas de se
perder a conta. A luta de outrora, tão pesada e também tão bonita, nada
mais é que a História da gente. Os arquitetos do templo e os seus
servidores, anônimos ou não, quase todos já descansam nas sepulturas
silenciosas. O que um dia parecia tão longe, tão longe que convinha
pensar que nunca viria, veio de maneira fatal. Permaneceram seus nomes e
a grande obra.
Assim como o tempo agiu sobre
os fortes, sobre seus corpos e espíritos, assim também agiu e age sobre
as linhas, os tijolos, a pintura, os ciprestes, os carvalhos.
Portanto, há a necessidade
permanente de juntar esforços e vontades para a conservação deste
belíssimo patrimônio históricoreligioso para que possa continuar a
proporcionar um ambiente acolhedor a todos os seus membros e a toda a
comunidade de perto e de longe.
(Professor Harry Wiese - http://www.jornalvaledonorte.com.br )
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