terça-feira, 22 de maio de 2012

O Templo da Colina

templo_da_colinaA igreja evangélica de Ibirama, no alto da colina, induz a todos o impacto de sua grandiosidade estética. Seu estilo incomparável e único estimula os membros da comunidade à meditação e à reflexão sobre a fé e demais situações complexas da vida. É um lugar onde muitos buscam a tranquilidade de espírito nos dias de pregação ao Senhor; ou nos dias ao amanhecer, no despontar da aurora; ou ao cair da tarde, já no crepúsculo que se deita sobre a cidade. Mesmo a noite opaca e fria, ou quente e abafada, cativa a quem deseja meditar e orar. Sua torre pontiaguda aponta para o céu e sugere que é preciso procurar a união para redimensionar o corpo e a alma dos que têm fome e sede da palavra de Deus.

Sua história é de lutas e participação constante de seus membros. Com a chegada dos primeiros imigrantes veio também a preocupação da construção de uma casa de Deus. Até 1904, reuniram-se numa sala no grande Barracão dos Imigrantes, que também serviu de escola, para louvarem a Deus e agradecerem a ele por poderem estar num novo país, mesmo com todas as privações possíveis e imagináveis.

Em 22 de maio de 1904, foi fundada a Comunidade Evangélica de Hammonia e no mesmo dia aconteceu a inauguração de sua primeira igreja, que também serviu de escola: pequena, tipo enxaimel com torre de madeira, bela e encantadora, quase no meio da floresta virgem, com suas belezas e surpresas, rente ao caminho por onde cavalos pujantes trilharam os pertences materiais e espirituais dos colonizadores.

Aproximadamente 13 anos depois, em 31 de outubro de 1917, foi colocada a pedra fundamental no novo santuário e, em 25 de maio de 1929, foi efetuada a consagração da Igreja Martin Luther. Estava assim edificado o templo da colina com pompa e galhardia, quase único no mundo. Os anos que se passaram entre a bênção da pedra fundamental e a inauguração da igreja refletem as dificuldades enfrentadas pelos membros evangélicos.

Com o passar do tempo, cresceram ciprestes, carvalhos e pinheiros e o vento que perpassa as galhadas e as folhas provoca um sussurro leve, quase um murmúrio de nostalgia, e provoca no íntimo das pessoas uma saudade da distante pátria dos antepassados.

O tempo corre veloz, isto todos sabem, os dias viram anos e os anos se acumulam em décadas de se perder a conta. A luta de outrora, tão pesada e também tão bonita, nada mais é que a História da gente. Os arquitetos do templo e os seus servidores, anônimos ou não, quase todos já descansam nas sepulturas silenciosas. O que um dia parecia tão longe, tão longe que convinha pensar que nunca viria, veio de maneira fatal. Permaneceram seus nomes e a grande obra.

Assim como o tempo agiu sobre os fortes, sobre seus corpos e espíritos, assim também agiu e age sobre as linhas, os tijolos, a pintura, os ciprestes, os carvalhos.

Portanto, há a necessidade permanente de juntar esforços e vontades para a conservação deste belíssimo patrimônio históricoreligioso para que possa continuar a proporcionar um ambiente acolhedor a todos os seus membros e a toda a comunidade de perto e de longe.

(Professor Harry Wiese - http://www.jornalvaledonorte.com.br )

Nenhum comentário: