Contribuir com dinheiro para a Igreja é um assunto que sempre de novo aparece nas rodas de conversa. Vizinhos comentam entre si quanto “pagam”. Filhos questionam os pais. Colegas de trabalho trocam opiniões e revelam idéias diferentes.

A contribuição é uma oferta de gratidão. É voluntária e espontânea. É contribuição como testemunho de fé. Por isso se afirma: é contribuição feita a Deus. A finalidade da oferta de gratidão é o reconhecimento de que tudo o que a pessoa tem e recebe vem de Deus (Salmo 24). Além disso, ao demonstrar concretamente essa verdade, a oferta é instrumento para combater dentro de cada pessoa a avareza, libertando-nos do egoísmo em direção à partilha e compromisso com o próximo.

Já lembramos acima o Salmo 24, que fundamenta a oferta de gratidão ao afirmar que “ao Senhor pertence a terra e tudo que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”. E em Provérbios 3.9-10 lemos: “Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a rua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares”.
No Novo Testamento, muitas passagens falam da oferta e da contribuição. Jesus, no sermão do monte, ensina: “Se, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5.23-24). A oferta não pode ser separada da vida em comunhão. Ofertar, contribuir e viver em paz com o próximo estão intimamente interligados e não devem e nem podem ser separados.
O Novo Testamento não contém regras fixadas por Jesus para a arrecadação das ofertas e contribuições nas primeiras comunidades. A lei do dizimo não foi adotada nas primeiras comunidades cristãs. A diretriz que predominou nas primeiras comunidades era a contribuição livre e espontânea. Cada pessoa dava o valor da oferta livremente, seguindo a recomendação do apóstolo Paulo: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2 Coríntios 9.7).
A partir das diversas recomendações contidas na Bíblia, podemos estabelecer estas diretrizes para a oferta para a vida da Comunidade:
Oferta de gratidão: este é o motivo básico para a contribuição. Ela deve ser um ato de gratidão a Deus. Não se trata de uma obrigação ou regra imposta. É um gesto que revela que queremos agradecer a Deus por tudo o que Ele nos concedeu. Brota do reconhecimento e do sentimento de que Deus nos abençoa. A oferta é algo que revela o interior da pessoa.
Oferta espontânea: a igreja não é um clube que estabelece uma “jóia” nem é um órgão governamental que institui um imposto. Lembremos a oferta da viúva pobre, que Jesus tanto valorizou (Marcos 12.41-44). Ela, livremente, ofertou tudo o que tinha consigo.
Oferta generosa: um critério que brota do Novo Testamento é o que indica a contribuição como a “expressão de generosidade e não de avareza” (2 Coríntios 9.5). Em outras palavras, ao reconhecer que tudo o que tenho brota do amor de Deus por mim, não posso ser “pão-duro” ao contribuir com a Igreja.
Oferta dada com alegria: dar com alegria é fundamental. “Ofertar” é muito diferente do que “pagar”. Quando eu pago algo, eu estou negociando. E muitas vezes o negócio provoca frustração, tristeza, decepção. Quando eu oferto, não existe negócio. Ao ofertar, sinto-me leve e alegre por poder contribuir concretamente com a causa do Reino de Deus.
Oferta regular: novamente o apóstolo Paulo nos oferece orientação a partir do que está escrito em 1 Coríntios 16.1-2. Todas as pessoas são convidadas a regularmente separar um determinado valor para ser ofertado. Com isto, entendemos que temos condições de fazer mensalmente a nossa contribuição para as necessidades do trabalho da nossa Igreja.
Oferta recebida com transparência e honestidade: as pessoas eleitas para administrar as contribuições recebidas têm uma enorme responsabilidade. Precisa existir, sempre, um procedimento honesto não só perante Deus, mas diante de todas as pessoas que são membros da Igreja (conforme 2 Coríntios 8.21).

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