sábado, 7 de maio de 2011

Dia das Mães

NO SONHO, A ESPERANÇA!

O segundo domingo de maio é, ao mesmo tempo, comum e desafiador. É comum, porque há todo um organograma, sempre bem arquitetado pela mídia e pelo comércio, que tem por finalidade a exploração financeira e lucrativa. O Dia das Mães, por isto, tornou-se opaco diante do virtuoso potencial de bem-aventuranças que elas carregam consigo. O enfoque mercantilista dado ao Dia
das Mães torna-as fragilizadas ante o poder que as subjuga como objeto, porque a suposta alegria não está focalizada nas mães, e, sim, no lucro que elas forçosamente e de forma induzida geram e promovem.

O Dia das Mães é também desafiador. Ele pode nos fazer olhar para dentro de nós mesmos e, neste movimento, nos direciona a percebermos nossa compreensão de mãe, como filhos e filhas. Outra dimensão que pode brotar é o enfoque do contexto no qual as mães vivenciam sua função ou são impossibilitadas de exercê-la por falta de condições favoráveis a um pleno ministério maternal. Somam-se, cotidianamente, variadas ações e situações que mães precisam enfrentar e, através delas muitas vezes, autoafirmar-se como cidadãs plenas.

O sonho de uma mãe revela o olhar desejante de tantas outras. Na tranquilidade de sua missão ela compartilhou: “Meus filhos e minhas filhas! Sonhei algo bem especial. Ouçam e depois concluam se um novo olhar, se um novo mundo é possível para as mães”. Essa mãe falou: “Sonhei com uma longa caminhada, em uma estrada muito disforme. Nas inconstâncias do trecho, conheci mulheres-mães marcadas pelo sofrimento da escravidão, mas cuja ameaça de morte foi enfrentada e vencida por protetoras mãos na ação das parteiras de vida, as companheiras Puá e Sifrá. Num trecho do caminho, mais adiante, caminhava, em desespero, a marginalizada e abandonada grávida Hagar, cujo grito de socorro Deus ouviu e a tornou perseverante até reencontrar seu lugar de aconchego. Ah, e que tristeza ver à beira do caminho a mulher-viúva, pobre, já quase sem comida, com seu filho quase a morrer de fome, sede e inanição. Houve, contudo, impressionante sensibilidade do grupo caminhante, e, pela forte solidariedade, foram recuperados e integrados à caminhada daquele povo. Mais à frente, outra cena comovente, que se transformou em alegria ímpar. Um casal humilde, migrante, marcado pelo preconceito, em tempo de gravidez, já quase em trabalho de parto, precisou acolher o nascimento da criancinha num galpão, junto a uma estrebaria. Oh, que surpresa e alegria. A curiosidade foi grande... Um mutirão de afagos e gestos de carinho brilharam intensamente naquele instante. Estiveram rodeados de amor! A caminhada continuou. Agora faz parte dos nossos dias”.

Mães! Redescubram-se a cada novo amanhecer. Fortaleçam seus sonhos. Sejam perseverantes na caminhada. Renovem-se no e com o amor! Deus lhes conceda sua graça e sua bênção libertadora.

Paulo Augusto Daenecke, Imigrante/RS (in: Semente de Esperança 2011)

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