Depois da morte...
... muita gente se preocupa com quem faleceu. Na fé cristã, esta preocupação não tem lugar. Jesus diz assim: “Ora, Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem. (Lucas 20.38). Assim, estamos sempre – e eternamente – na presença de Deus.
Em decorrência disso, podemos dizer que a pessoa que faleceu está se comunicando o tempo todo com a gente na lembrança e na saudade de quem está chorando e sentindo a sua morte. Penso que é assim que os mortos falam, não por intermédio de alguém, mas pela história de vida junto com as pessoas. Esta memória é o que liberta pra vida.
Por exemplo, quando Jesus institui o Sacramento da Santa Ceia ele pede “façam isso em memória de mim”. Lembrar da história da vida, torná-la presente e atual, é o memorial que podemos erguer. Desta forma, há uma constante comunicação não no sentido de saber o que acontece no além, mas no intuito de sentir o que se vivenciou como elemento imprescindível pra vida.
Quando a vida não foi vivida plenamente, as pessoas que ficam querem remediar e procuram contato com o mundo dos mortos no objetivo de ainda fazer algo para consertar a situação do passado que nos angustia.
Quando confessamos a fé cristã, oramos o Credo Apostólico. Entre outras bases da fé, anunciamos que Jesus venceu o mundo dos mortos e nos traz pra Vida. Quer dizer, o mundo dos mortos não nos interessa. O que conta é a vida que temos em Deus por meio de Jesus Cristo – Senhor sobre vivos e mortos. Por isso, "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã" é uma expressão de fé cristã.
E o amor não se extingue na morte. Mantém-se e é mantido em nossa memória e nos memoriais que acabamos construindo consciente e inconscientemente. É assim que falamos com quem faleceu. E o fazemos na perspectiva libertadora de Jesus Cristo Ressuscitado.
Pensando agora na pessoa que faleceu, vamos lembrando dela, mantemos viva a sua memória, construímos o memorial. E ao lembrar dela, ela fala agora com a gente a partir do que já vivemos com ela. E essa experiência de vida nos impulsiona para passos firmes na caminhada da vida.
A chama da vida se revigora quando continuamos a construção da vida em seqüência a tudo que já foi vivido. E o fazemos na certeza da Ressurreição!
Cristov Kayser
Pastor
(em memória de Josie, sobrinha, assassinada em 25/06/08)
Um comentário:
Como é que vocês fazem um negócio desses e nem me avisam. Achei maravilhoso!
Parabéns
Dabnei
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